terça-feira, 23 de novembro de 2010

ENTREVISTA AO JOÃO CURINHA




1- É o teu segundo ano ao serviço do Portus, como tem sido a experiência?


Tem sido bastante proveitosa, apesar de actualmente me encontrar lesionado. Apesar de na época anterior apenas ter efectuado o primeiro jogo em Dezembro, ainda contribui, como pude, para ajudar a equipa. Este ano consegui fazer a pré-época, o que me ajudou a ganhar alguma capacidade física e a conhecer melhor os colegas que entraram de novo no plantel, ao mesmo tempo que permitiu o desenvolvimento de alguns automatismos importantes para que as coisas nos corram da melhor forma.




2- Já tens uma larga experiência de futebol, diz-me os clubes por onde passaste?



Comecei a jogar muito novo, com 7 ou 8 anos, no Portalegrense. Nas camadas jovens, joguei no Portalegrense (infantis e juniores) e no Estrela (iniciados – em que disputei o campeonato nacional, juvenis e juniores – campeão distrital nos 2 escalões).
Ainda no primeiro ano de júnior, disputei alguns jogos pelos seniores do Portalegrense, onde fui campeão distrital e contribui para a conquista da Taça da Associação de Futebol de Portalegre (1999/2000). Quando estava a começar a dar os primeiros passos no futebol mais a sério, tive a infelicidade de me lesionar no joelho esquerdo, tendo acabado a época prematuramente, e sido submetido a intervenção cirúrgica. Após 1 ano e meio de paragem, e já a estudar na zona de Lisboa, fui para a Póvoa e Meadas, onde encontrei um grupo de trabalho muito bom e onde consegui efectuar uma série de jogos a bom nível, na minha opinião. Na época seguinte ingressei no Alegrete, onde tive mais dificuldades para ser titular, tendo-me lesionado com alguma gravidade num dos ombros, o que me “tirou” uma boa parte da época. Após esta experiência menos positiva, optei por parar mais uma época, tendo regressado na época 2004/2005 para jogar no Monfortense mas, uma vez mais, as coisas não correram da melhor forma, por diversas razões. Parei mais uma vez, após esta época, tendo regressado à Póvoa e Meadas, em 2006/2007, na 2ª divisão distrital. Nesse ano, conseguimos a subida, com uma equipa de valor e penso que foi nesta época que efectuei a minha melhor época como sénior. No ano seguinte, na 1ª divisão distrital, também na Póvoa e Meadas, voltei a lesionar-me no mesmo joelho, tendo efectuado apenas 2 ou 3 jogos e tendo de ser novamente operado.
Mais recentemente, ingressei no Portus Alacer (2009/2010), tendo efectuado metade da época passada e onde me encontro actualmente.




3- Qual o mais marcante e porquê?



Todos os clubes por onde passei me marcaram. Uns mais a nível futebolístico, outros mais a nível humano, uns por muitos bons momentos, outros por alguns momentos menos bons… o essencial é saber lidar com as situações pelas quais passamos e tirar o melhor partido delas para crescer, tanto como jogador, como homem. Tendo começado a jogar desde muito novo, o futebol sempre funcionou como uma segunda escola, onde aprendi muito. Posso dizer com algum orgulho que muitos dos grandes amigos que hoje tenho devo-os ao futebol, e isso é o melhor que posso tirar de todos estes anos que já passaram.




4- Sendo um elemento mais experiente, sentes que isso te acresce responsabilidades?



Sim. Sinceramente, sinto o peso da responsabilidade de motivar os mais novos do plantel, de os ajudar a integrar, não só por já conhecer o clube mas também por saber que no Portus só está quem quer jogar por amor à camisola, uma vez que, como se sabe, o clube não tem possibilidades de pagar aos seus atletas.




5- Em que posição te sentes mais confortável a jogar?



Já joguei em várias posições, derivado de inúmeras condicionantes dos jogos, ou das equipas onde actuei, mas onde me sinto mais à vontade é a médio centro, onde posso ter possibilidade de “cortar” as jogadas adversárias e ao mesmo tempo participar na construção do jogo.




6- O que achas do plantel do Portus face à difícil época que se avizinha?



Para um clube como o Portus, que não tem possibilidades de pagar aos seus atletas, ter conseguido manter a maior parte dos seus principais jogadores, e ao mesmo tempo trazer atletas jovens mas com valor é, por si só, uma vitória. Competir com equipas que investem e que têm outros apoios que o Portus não tem é difícil e, muitas vezes, desigual, pelo que a força de vontade e de sacrifício dos seus atletas representa um factor que pode fazer a diferença. Neste sentido, acho que com muito esforço e com uma pontinha de sorte, podemos ambicionar a terminar no 4ª lugar e passar à Divisão de Honra.




7- Ser treinado pelo teu pai, não é novidade para ti, como te sentes ao ser treinado por ele?



Para mim, e apesar de algumas pessoas poderem pensar o contrário, é igual ao ser treinado por outra pessoa qualquer. Não sinto que sou beneficiado nem prejudicado. Contando com esta época no Portus, esta situação já se verificou por diversas vezes (nos seniores do Portalegrense, em 2 épocas na Póvoa e Meadas e uma época no Monfortense), pelo que estou perfeitamente habituado e quem me conhece sabe que não tiro qualquer partido disso, pelo contrário, apenas me dá motivação para trabalhar ainda mais, de modo a mostrar que posso ajudar a equipa, sempre que assim o treinador entenda, seja ele quem for.




8- O que achas que se podia melhorar ao nível de clube?



Num meio como Portalegre, torna-se complicado para o clube crescer muito, a curto prazo, na minha opinião. Acho importante cimentar a participação no campeonato distrital, a nível sénior e depois, passo a passo, partir para as camadas jovens e outras modalidades. Julgo que o trabalho que tem sido desenvolvido tem grande mérito e deve ser respeitado por todos. É importante ter serenidade e construir a estabilidade do clube aos poucos, de forma sustentada e, quem sabe, um dia mais tarde, o Portus possa ainda vir a ser um nome de referência fora do distrito.




9- Uma palavra que descreva para ti o Portus?



Crer.




10- Dos Jogadores todos com quem jogaste, faz um 11 com os melhores?



Escolher apenas 11 é difícil, mas vou enumerar alguns:
Guarda Redes: Paulo Sérgio e Alexandre.
Defesas: Pereira, Saião
Médios: Gonçalo, Nélson, Sérgio Bento, Chiquinho, Tomé, Pedro Ramos, Maia
Avançados: Zé Monteiro, Dona, Caracol, Cláudio Jorge, Moura


11- Que aspirações tens para o teu futuro na bola, tencionas jogar mais uns anos ou a tua vida profissional não o permite?


É óbvio que quando comecei no futebol, sempre sonhei em poder jogar a níveis mais elevados, acho que esse é o sonho de qualquer miúdo… Mas as lesões que tive e a decisão de prosseguir com os estudos a nível universitário, fora de Portalegre, e não só, contribuíram para que tenha jogado sempre a nível distrital. Apesar de não ser nada fácil conciliar a vida profissional com o futebol, faço um esforço enorme para o conseguir. Desde que possa, e desde que exista essa possibilidade, vou tentar continuar ligado ao futebol. Estando com 28 anos, tenho como objectivo apenas fazer o melhor possível e tentar divertir-me ao máximo, pois essa é a motivação que me faz continuar a jogar.




12- Clube do coração?



Benfica…



13- Ídolo do futebol?



Rui Costa.



14- Prato favorito?



Muitos e variados. Sou um bom garfo, mas posso referir como preferidos qualquer prato de bacalhau, cozido à portuguesa, feijoada, etc…



15- Queres deixar alguma mensagem a alguém?



Gostava de dizer a todos os simpatizantes de futebol, que apareçam mais vezes, não só no nosso estádio, aproveitando o facto de não se cobrar bilhetes, como nos restantes estádios do distrital. Torna-se triste ver as bancadas quase vazias.

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